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Como aprovar na UFSC?
18/11/2013 / Redação Gene

A aluna Isadora Rigon, aprovada em Medicina pela UFSC em 2013 (e na ACAFE), repassa dicas muito úteis a todos que desejam ingressar na Universidade. A densidade, neste ano, foi de 103,31 candidatos por vaga. Ela cursou o extensivo de redação em 2012 e obteve nota 12,75 / 15 (85% de aproveitamento)

 

DEZ PASSOS FUNDAMENTAIS PARA APROVAR NA UFSC

 

1) Durante os estudos em casa, não deixar passar detalhes

Há poucas questões por disciplina (de 8 a 12); apesar disso, os temas das questões não são generalizados ou abrangentes: um subtópico é escolhido e é aprofundado ao máximo, e detalhes bem específicos são cobrados em mais de uma assertiva por questão. No final, em busca de 80% de acertos, cada décimo será importante. Em 2013, um décimo (0,1) foi o intervalo entre dois participantes subsequentes na classificação de medicina.

 

2) Não menosprezar disciplinas

O vestibular da UFSC funciona por somatório de pontos, e o número de questões é 10 por disciplina, exceto português (12) e segunda língua (8). Como as provas não têm peso, é necessário estudar todas as disciplinas por igual.

 

3) Ter uma nota razoável no ENEM

O ENEM conta como 30% na prova da UFSC (média aritmética das 5 provas convertida em uma nota sobre 100; por exemplo, uma média 750 torna-se 75,00). Adquirir nota superior a 70, na UFSC, é extremamente difícil; um 700 no ENEM é relativamente mais fácil - e muito útil para elevar média da UFSC. Vale lembrar que usar a nota do ENEM sem saber do resultado não significa correr riscos: caso a nota UFSC fique mais baixa com os 30% ENEM, a nota ENEM é automaticamente descartada.

 

4) Entender a pontuação da prova

As questões objetivas valem, juntas, 80 pontos. No 3º dia há questões discursivas (4 ou 5) que somam 10 pontos. A redação vale 15 pontos. Tudo isso é somado (máximo 105) e convertido em uma nota sobre 100. Para quem utilizar o ENEM, a nota do vestibular propriamente dita valerá 70%. Nas questões objetivas, para cada assertiva incorreta que o aluno marca, uma que ele marcou corretamente é descontada na questão. Nesse caso, geralmente é aceita a máxima: Na dúvida, NÃO marcar para evitar o risco de anulação de assertivas que foram marcadas com certeza.

 

5) Não conferir os acertos entre um e outro dia de prova

Isso já é indicado para os vestibulares em geral. Na UFSC isso é decisivo por conta dos descontos nas assertivas que o aluno marca equivocadamente. É muito difícil "acertar uma questão inteira". Conferi apenas após os três dias de prova todas as questões, e fiquei sem esperanças. Acertei 3 ou 4 questões inteiras em cada matéria, e os 80% que se deve atingir pra passar pareciam muito distantes. É válido aguardar o link que a própria comissão de vestibular da UFSC disponibiliza (Verificação de Pontuação por Questão), no qual digita-se a soma obtida em cada questão e o link fornece a pontuação por disciplina. Mesmo assim, é possível ter esperanças, pois há as questões com correção de gabarito e as anuladas, que só são anunciadas junto com o listão.

 

6) Conhecer a prova (número de questões, estilo de questões, redação ...)

Não adianta, no último mês de pré-vestibular, separar as últimas 10 provas da UFSC e deixar o restante de lado. O aluno deve se familiarizar com a prova desde o início do ano, deixando para mais tarde as questões de conteúdo ainda não ensinado no cursinho. Geralmente, entre as 80 questões objetivas, há 1 ou 2 questões inteiras de História de SC, e o mesmo acontece sobre Geografia de SC. Elas não costumam ser difíceis, logo, vale a pena estudar esses conteúdos. A prova possui leituras obrigatórias difíceis de se obter, algumas da própria editora da UFSC. Contudo, essas não são consideradas questões complicadas, e bons resumos (que destaquem também aspectos técnicos das obras) costumam ajudar. No 3º dia, as temidas questões discursivas devem ser enfrentadas. Geralmente, os espaços destinados às questões são uma "dica" do tamanho que as respostas devem ter. Cada resposta deve ser uma minidissertação (inclusive nas questões de exatas) e deve ser completa, isto é, alguém que lê a resposta deve entendê-la sem precisar ter conhecimento prévio da pergunta. É fundamental marcar plantão com os professores de português e redação (ambos!) para aprender a responder às questões, já que, além da correção da resposta, são avaliadas a coerência, a coesão, a clareza, a organização. A redação deve ser feita com toda a calma e, preferencialmente, no início da prova, pois é a matéria que mais conta pontos. Atenção aos critérios de correção: adequação à proposta (0,00 a 3,75 pontos); modalidade escrita na variedade padrão (0,00 a 3,75 pontos); coerência e coesão (0,00 a 3,75 pontos); nível de informação e de argumentação (0,00 a 3,75 pontos).

 

7) Deixar as questões em aberto para o final

Há entre as questões objetivas de 3 a 5 questões abertas, isto é, questões com enunciado e sem assertivas para somar, nas quais é necessário fazer um cálculo e escrever a resposta. Essas questões costumam ser mais difíceis e, além disso, o chute se torna quase impossível. Como não há acerto parcial nesse caso (considera-se correta - nota 1,0 - ou errada - nota 0,0), é recomendável fazer o restante da prova primeiro. É importante ressaltar que nem todas as questões assim encontram-se na prova de matemática: as provas de física (cinemática, dinâmica, ...), química (soluções, estequiometria, ...) e biologia (genética) também podem conter essas questões.

 

8) Reservar os últimos 35 minutos de prova para passar na grade

O tempo da UFSC não é pouco nem excessivo para resolver a prova: é suficiente. Nos vestibulares em geral, 25 minutos são suficientes para passar as respostas na grade. Para o vestibular da UFSC, contudo, é necessário somar as assertivas corretas para se obter o número que irá para a folha de respostas. Além disso, apesar de serem somente 40 questões por dia, são 80 bolinhas a serem pintadas em cada dia (uma indicando a dezena e, a outra, a unidade). O tempo extra deve ser reservado para conferir, além das respostas corretas, a soma delas.

 

9) Estudo em casa: o mais importante

Conhecer as regras de cada prova é fundamental, assim como fazer provas antigas e ler dicas. Porém, o tradicional continua valendo: é necessário estudar a teoria em casa, fazer resumos e exercícios, marcar plantões e tirar dúvidas. Todos assistem às aulas, mas não há vaga para todos; logo, é necessário se diferenciar. Um bom horário de estudos é importante, assim como horários de intervalo a cada 2h de estudo.

 

10) Permitir-se ter um sonho

Atualmente, querer ser médico, seja qual for a instituição de graduação, é um ato de muita coragem. Conseguir ser aprovado - independentemente da universidade - é uma conquista e tanto. Por esses e outros motivos, às vezes, os vestibulandos que ainda sonham com uma universidade federal são motivo de comentários - e até de deboches. "Vai à Florianópolis tirar 3 dias de férias?",  "Vai apenas te cansar fazendo a prova, pois quase todos os aprovados vêm dos cursinhos de Florianópolis que preparam especificamente para a UFSC" foram alguns dos comentários que ouvi pouco antes de ir fazer a prova. A verdade é que estar preparado ou não para determinada prova depende, primeiramente, do foco que se tem em relação à universidade. Ninguém é proibido de fazer as provas anteriores em casa para conhecer o que se vai enfrentar, ou de marcar com professores para aprender a responder às questões discursivas, e até às objetivas. É fundamental ter motivação e buscar solução com os professores, e não simplesmente aceitar o que os outros dizem como pretexto pra não tentar. Além disso, quando se sonha com o mais difícil, o inesperado pode acontecer: no meu caso, o foco na UFSC era tanto que não fui aprovada em provas como a ULBRA e a UPF, consideradas "mais fáceis"; entretanto, devido ao estudo a respeito de SC e às leituras obrigatórias, obtive aprovação na UNIVALI (Itajaí) por meio da prova da ACAFE. É instrutiva a clássica história da criança que pergunta ao pensador "Que tamanho tem meu mundo?". O pensador responde: "Tem o tamanho dos seus sonhos".